
Intervenções
CIDADE, ÁRVORE QUE NOS ABRIGA E RAIZ QUE NOS SUSTENTA.
A cidade é rede de redes: onde nos deslocamos, que nos trazem sons, vozes, imagens de coisas, lugares e pessoas ausentes, o pão e água de cada dia, ou escoam resíduos do que consumimos.
A cidade não é só betão e alcatrão, mesmo com retalhos de verde. É rede entrelaçada com outras redes de cidades, por nós que também a ligam à paisagem que a alimenta. Como a bacia hidrográfica é o território do rio e seus afluentes, a cidade é o indestrinçável conjunto de interdependências entre o habitat, o ecossistema e o mundo.
Amaremos a cidade se nela não nos sentirmos sequestrados pelas circunstâncias. Porque a cidade somos nós e o que fazemos dela. A cidade é as consequências das nossas decisões. Para não nos enredarmos em escaladas de perigosas polarizações e construirmos uma cidade identitária, inclusiva, criativa, amigável e sustentável, teremos de respeitar o indivíduo e tornarmo-nos comunidade através dum compromisso ético que, como dizia Platão, nos junte em torno do que é melhor para a cidade e não apenas para cada um de nós.
Subscrevemos, por isso, as sete razões para amar a cidade, que adaptamos e adotamos do arquiteto urbanista brasileiro Luíz Carlos Toledo:
- Amamos as cidades que se reinventam.
- Amamos as cidades que têm esquinas, padarias e botequins…
- Amamos as cidades amigáveis que tratam bem habitantes e visitantes e onde se encontra quase tudo num quarteirão.
- Amamos as cidades com entretenimento e espaços de lazer para todos.
- Amamos as cidades que preservam o ambiente e protegem os seus bens ambientais dos especuladores imobiliários.
- Amamos as cidades que respeitam a sua história e a sua arquitetura.
- Amamos sobretudo as cidades inclusivas onde todos possam exercer a sua cidadania.
Programa
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09:30 |
| Comunicações em vídeo 09:45 Os tempos da cidade João Serra 10:15 Cidade e Humanidade João Seixas 10:45 A cidade contemporânea, metabolismo urbano e reinvenção do quotidiano António Covas |
14:30
Quem não é da sua terra não merece ser de parte nenhuma
Onésimo Teotónio Almeida
(Comunicação introdutória e interação com alunos do secundário.)
18:00
A condição urbana: a cidade como metáfora
Álvaro Domingues
Oradores

Álvaro Domingues
a cidade como metáfora
No CEAU-FAUP a sua atividade centra-se na Geografia Humana, Paisagem, Urbanismo e Políticas Urbanas, quer em termos de investigação, quer em termos de assessoria externa e formação.
É cronista no jornal Público e autor de livros como Políticas urbanas (2004), A cultura em ação (2005), Cidade e democracia (2006), A rua da estrada (2009), Vida no campo (2012) e Volta a Portugal (2017)

António Covas
metabolismo urbano
e reinvenção do quotidiano
Mais recentemente a sua atenção tem incidido sobre as relações entre tecnologia e território, em especial sobre o modo como as transformações da era digital afetam o governo dos territórios, o quotidiano dos cidadãos e a smartificação de cidades e redes de cidades.
Autor de crónicas, nomeadamente no jornal Público, é também autor de livros como A governança europeia (2007), A grande transição: pluralidade e diversidade no mundo rural (2011), A caminho da 2ª ruralidade (2012), Territórios-rede: a inteligência territorial da 2ª ruralidade (2014), MultiTerritorialidades 1 (2015), A contingência europeia (2016), O futuro da gestão do poder local (2016), Territórios e desenvolvimento territorial (2017), O sexto continente: a nação Internet (2018), A grande transformação dos territórios (2018), A crítica da razão europeia: uma breve história do futuro (2019) e Cidades inteligentes e criativas: smartificação dos territórios (2020).

João Seixas
| João Seixas (Viseu, 1966) é geógrafo e economista. Professor na FCSH da Universidade Nova de Lisboa, é investigador nas áreas dos estudos urbanos, da sociopolítica, geografia e economia das cidades e das metrópoles. É também professor convidado na Universidade Autónoma de Barcelona e na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Doutorado em Geografia Urbana (UA Barcelona) e Mestre em Urban and Regional Studies (LSE, Londres). Comissário da exposição pública “Futuros de Lisboa”, 2018. Coordenador da Reforma Político-Administrativa de Lisboa. Consultor da DG Regio and Urban, Comissão Europeia. |

João Serra
| João Serra teve uma longa carreira docente no ensino secundário e superior. Na ESAD.CR, a primeira comissão instaladora à qual pertenceu, participou na criação dos cursos de mestrado em Gestão Cultural, de que foi coordenador, e da licenciatura em Programação e Produção Cultural. É titular da Cátedra Unesco em Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade e académico correspondente da Academia Nacional de Belas Artes. Historiador, é autor de diversos estudos sobre temas de história política e social portuguesa dos séculos XIX e XX. Integra a equipa de investigadores encarregada de elaborar uma História do Parlamento Português. Coordenador científico e cultural da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça, integrou a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e é membro da Comissão de Conteúdos do Museu Nacional da Resistência e Liberdade de Peniche. João Serra foi ainda programador e presidente da Fundação Cidade de Guimarães, responsável pelo projeto Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. Tem participado em projetos de planeamento e intervenção cultural em municípios como Leiria, Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Torres Vedras e Peniche. Foi assessor e Chefe da Casa Civil do Presidente da República Jorge Sampaio. Atualmente assume a coordenação da candidatura de Leiria a capital europeia da cultura. João Serra detém diversas condecorações estrangeiras e portuguesas, nomeadamente a Ordem da Liberdade. |

Onésimo Teotónio Almeida
não merece ser
de parte nenhuma
Além de vários livros de ensaios, tem centenas de artigos dispersos que ultimamente tem reunido em volumes temáticos: De Marx a Darwin – a desconfiança das ideologias (2009, Prémio Seeds of Science 2010 para Ciências Sociais e Humanidades), O Peso do Hífen. Ensaios sobre a experiência luso-americana (2010) e Pessoa, Portugal e o Futuro (2014). Publicou ainda Utopias em Dói Menor – Conversas transatlânticas com Onésimo, conduzidas por João Maurício Brás (2012).
| No género de crónica e conto, as suas mais recentes coletâneas são Quando os Bobos Uivam (2013), Aventuras de um Nabogador – Estórias em Sanduíche (2007) e Livro-me do Desassossego (2006). Onésimo. Português Sem Filtro (2011) é uma antologia de cinco livros esgotados. Colaborador permanente do Jornal de Letras, é membro da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e da Academia da Marinha e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro. |

Edições anteriores
Organização do Município de Abrantes, em parceria com o Clube de Filosofia de Abrantes, o Município de Mação, o Município de Sardoal, a Palha de Abrantes - Associação de Desenvolvimento Cultural e os Agrupamentos de Escolas dos Concelhos de Abrantes, Mação e Sardoal.
O conhecimento, como ciência e tecnologia, está a tornar-se o sujeito da economia? A aceleração da digitalização e da automação está a produzir uma reorganização social do trabalho e do emprego? Cada vez mais milhões de seres humanos estarão excluídos do emprego? E essa exclusão será a realização, finalmente, da libertação da humanidade do peso do trabalho ou a condenação da cada vez mais à pobreza, à exclusão social e à escravatura?
Estarão em curso novas modalidades de acesso ao rendimento, uma vez que para a esmagadora maioria da humanidade a única via de acesso é a que o emprego ainda garante? Excluídos do rendimento porque sem emprego, como garantir que muitos milhões terão recursos para viver e para serem… consumidores? Vão os Estados inventar novas políticas fiscais sobre a riqueza produzida por autómatos para garantir rendimento aos excluídos do emprego? Como garantir a redistribuição da riqueza? Ou teremos uma economia do luxo e para o luxo num mundo de excluídos?
Finalmente: assumindo o instrumental (ciência e tecnologia) o comando da economia e das sociedades, ainda teremos uma história humana? Ainda é possível uma finalidade humana e ainda teremos um futuro humano?
| 9 NOVEMBRO 2018 Edifício Pirâmide - Abrantes 17:00 Cerimónia de abertura 17:30 Comunicação inaugural VIRIATO SOROMENHO-MARQUES (bio) A inteligência artificial e o trabalho no espelho da condição humana (sinopse) Auditório da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes 21:30 Do princípio ao fim Teatro das Beiras AUTOMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 10 NOVEMBRO 2018 Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira – Mação 10:00 GONÇALO MARCELO (bio) Impacto social da Quarta Revolução Industrial: desafios éticos e políticos (sinopse) STEVEN S. GOUVEIA (bio) Transhumanismo e inteligência artificial: pressupostos filosóficos e consequências éticas (sinopse) Edifício Pirâmide - Abrantes 15:30 CONFERÊNCIA COM JOVENS PENSADORES Os desafios do futuro Café 53 by Trincanela - Abrantes 18:00 Café filosófico (sinopse) com TOMÁS MAGALHÃES CARNEIRO (bio) (Clube Filosófico do Porto) Edifício Pirâmide - Abrantes 21:30 A Filosofia na cidade com LARA SAYÃO (bio) Olimpíada de Filosofia do Rio de Janeiro TOMÁS MAGALHÃES CARNEIRO (bio) Clube Filosófico do Porto JOSÉ ALVES JANA Clube de Filosofia de Abrantes 11 NOVEMBRO 2018 Edifício Pirâmide - Abrantes 15:00 ARLINDO OLIVEIRA (bio) Mentes digitais: ficção científica ou futuro próximo? (sinopse) ANTÓNIO BRANDÃO MONIZ (bio) A automatização do trabalho: uma crítica das visões otimistas (sinopse) 17:30 MANUEL CARVALHO DA SILVA (bio) Os impactos da revolução digital no trabalho e no emprego: entre controvérsias do passado e perspetivas "mágicas" (sinopse) 19:00 Apresentação do livro de STEVEN S. GOUVEIA (bio) Reflexões filosóficas: arte, mente e justiça, da editora Humus, por Armando Rebelo 12 NOVEMBRO 2018 Edifício Pirâmide - Abrantes 21:30 Em parceria com a Fundação de Serralves
DIOGO TUDELA (bio)
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14 NOVEMBRO 2018 Biblioteca Municipal António Botto - Abrantes 14:00 - 18:00 Ação de formação com LARA SAYÃO (bio) Passar perigo juntos: filosofia e educação, uma aventura dialógica Inscrições e mais informação aqui. Jardim da República - Abrantes 16:00 PALETE DA LIBERDADE Oratória livre por jovens Centro Cultural Gil Vicente - Sardoal 21:30 Filme comentado: Ex machina, do realizador Alex Garland Comentador: LUÍS PEREIRA (bio) 15 NOVEMBRO 2018 DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA Centro Histórico – Abrantes 11:00 Recital de poesia política, pelo Grupo de Teatro Palha de Abrantes Biblioteca Municipal António Botto - Abrantes 21:00 LARA SAYÃO (bio) Encontros humanos: a cadência inesperada que coloca o pensamento em movimento (sinopse) 22:30 Peça de teatro A VOZ HUMANA (sinopse), de Jean Cocteau, pelo Grupo de Teatro Palha de Abrantes, com Conceição Fonseca, encenação de Helena Bandos 16 NOVEMBRO 2018 Sr. Chiado - Abrantes 21:30 Concerto pelo trio: X-TRI_OPEN Carlos Bechegas - Flautas e processador de efeitos / Ulrich Mitzlaff - Violoncelo / Carlos Santos - Lap-top PRIMADO DO INSTRUMENTAL VS DO HUMANO 17 NOVEMBRO 2018
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18 NOVEMBRO 2018 Edifício Pirâmide - Abrantes 15:00 SARA FERNANDES (bio) Smart cities: uma perspetiva bottom-up (sinopse) JEAN HAENTJENS (bio) L'intelligence humaine et l'organisation de l'espace: la cité politique face à la ville service numérisée (sinopse) 17:30 FILOSOFIA: PRÉMIO DE VIDA Eduardo Lourenço Encerramento EM PARALELO 9 a 18 de novembro FEIRA DO LIVRO DE FILOSOFIA Biblioteca Municipal António Botto 10 de novembro A BIBLIOTECA AO SÁBADO Oficinas de filosofia com crianças com Joana Rita Sousa Humanos, demasiado humanos, “assim assim” ou nem por isso? Biblioteca Municipal António Botto Dos 3 aos 6 anos - 10:30 Dos 7 aos 10 anos - 11:30 Destinado a famílias e público em geral 12 a 16 de novembro FILOSOFIA COM CRIANÇAS, com JOANA RITA SOUSA (bio) Humanos, demasiado humanos, “assim assim” ou nem por isso? (sinopse) Biblioteca Municipal António Botto Escolas dos concelhos de Abrantes, Mação e Sardoal 12 a 16 de novembro FILOSOFIA COM JOVENS, com LARA SAYÃO (bio) Parrhesía: a fala franca e o cuidado de si Biblioteca Municipal António Botto Escolas dos concelhos de Abrantes, Mação e Sardoal PRÉMIO JOVEM FILÓSOFO INTERVENÇÕES DE RUA LIVROS NAS MONTRAS ATIVIDADES DAS ESCOLAS SECUNDÁRIAS DO CONCELHO DE ABRANTES |
